terça-feira, 8 de março de 2011

Ícones Brasileiros: Dardo

  
    Em 1972, na Europa, a Fiat apresentava o seu primeiro carro com motor central, o X1/9. Foi projetado por Bertone, e fez bastante sucesso: 170 mil unidades (o carro de motor central mais vendido da história), produzidas até 1988, apesar dos pífios 55 cv produzidos por seu motor 1.5. Em viagem à Europa, Toni Bianco, projetista que ficou famoso por carros como o Fúria GT, viu o X1/9 no Salão de Turim e teve a ideia de fazer algo parecido aqui no Brasil. A ideia foi aprovada pela Corona S.A., empresa especializada em transporte pesado e fabricação de tanques de armazenamento de líquidos e pertencente ao grupo Caloi. O carro foi apresentado oficialmente em 1978, no Salão do Automóvel, com o nome de Dardo. (Se quiser saber um pouco mais sobre a história do Fiat X1/9, clique aqui)


    Ao contrário de outros esportivos fora-de-série, o Dardo foi fabricado com chassi tubular, projetado pelo Toni Bianco, e equipado com motor Fiat, o 1.3 do 147 Rallye, com 72 cv e 10,4 kgfm, brutos. A única coisa que era igual aos outros fora-de-série era a carroceria, conversível do tipo targa com faróis escamoteáveis, feita de fibra de vidro. Logo no Salão do Automóvel, houveram 50 encomendas, que incentivou a criação da Dardo Indústria e Comércio. O primeiro Dardo foi produzido no ano seguinte, em 1979. Pelo fato de o Dardo ter sido aprovado pela sede da Fiat em Betim, o carro era vendido nas concessionárias Fiat, também responsáveis pela sua manutenção.


    O Dardo era parecido com o X1/9 em várias coisas além do visual. Ambos possuíam tração traseira, eram leves, não empolgavam tanto em movimento (em testes realizados na época pela Quatro Rodas, ele fez de 0 a 100 em 18.8 s e chegou aos 147 km/h) e tinham vários problemas. No caso do brasileiro, era a carroceria de fibra de vidro que facilmente ficava ondulada, a capota com defeitos escondidos por massa plástica (coisas que não deveriam acontecer num carro de um milhão de cruzeiros, pouco mais de 100 mil reais atualizado), e a dificuldade no engate das 4 marchas do câmbio (gerava dúvidas se a marcha foi engatado ou não). Mas o carro agradava em vários pontos, como a estabilidade, frenagem (tinha freios a disco nas quatro rodas, raro na época) e condução. Apesar de levar apenas 2 pessoas, o Dardo possuía 2 porta-malas, um em cada ponta do carro, somando 310 litros. O painel de instrumentos era do Passat TS e o ambiente era forrado com tecido e couro, enquanto o ar-condicionado era opcional.


     Em 1982, o Dardo ganhou motor 1.5 de 96 cv brutos, preparado por Silvano Pozzi, enquanto o painel passava a ser o mesmo do Oggi. Mesmo com o novo motor, o desempenho não era o mesmo prometido pelo seu design. No ano seguinte, recebeu uma pequena reestilização, que o distanciou visualmente do X1/9. Ganhou lanternas do Ford Del Rey e os faróis escamoteáveis passaram a ser sem cobertura, ficando deitados quando fora de uso (parecido com o Porsche 828). O Dardo saiu de linha dois anos depois, em 85, após 300 unidades fabricadas artesanalmente.



    Um dos raros carros de motor central fabricados no Brasil, o Dardo fez história por aqui, como os outros carros que tiveram Toni Bianco envolvido. Mesmo com seu desempenho que não empolgava tanto, ele fez parte do sonho de muitos brasileiros. Mais um Ícone Brasileiro.
    Até a próxima!

Fontes:
 Texto:
Quatro Rodas - Jalopnik

 Imagens:
CarVelho Memorabilia - Flickr - Quatro Rodas - Slando

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