sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Ícones Brasileiros: Romi-Isetta
Em 5 de setembro de 1956, começou a ser fabricado no Brasil o Romi-Isetta, o primeiro automóvel produzido em território nacional. Ele era igual ao carro produzido pela italiana Iso a partir de 1953. Em 1955, o projeto da Iso foi comprado pela BMW, que substituiu o motor Iso de 200 cc por um BMW de 300 cc e 13 cv. Um ano depois, o mesmo carro começou a ser fabricado por aqui pela Romi, fundada pelo italiano Comendador Américo Emílio Romi. Apesar de já pertencer à BMW, as primeiras unidades do Isetta brasileiro utilizavam o motor Iso, de dois cilindros e dois tempos. Logo ele ganharia o motor BMW, monocilíndrico e de quatro tempos.
O Isetta possuía apenas uma porta, frontal, e apenas um banco para duas pessoas. Devido às suas pequenas proporções (aproximadamente 2,26 m de comprimento e 1,38 de altura) e sua consequente falta de espaço no interior, a caixa de direção ficava entre os pedais de freio e de embreagem, e o câmbio, manual de quatro marchas, além de estar do lado esquerdo devido à um possível passageiro, é invertido (a primeira marcha é para trás). Outras peculiaridades do carro eram o velocímetro também invertido (o ponteiro se movia no sentido anti-horário), apenas 3 luzes-espia (dínamo, pisca e farol alto, que, junto com o velocímetro, eram o quadro de instrumentos) e os "vidros", que, com excessão do parabrisas, eram de plástico.
Os eixos eram de tamanho diferentes, sendo o da frente com bitola maior que o eixo traseiro. Outro fato curioso no Isetta era que o motor transferia a sua força diretamente para as rodas traseiras de 10" por meio de duas correntes. Possuía ainda teto de lona, já que os quebra-ventos, apesar de grandes, não eram suficientes para refrescar o interior em dias mais quentes. Com peso entre 330 e 360 kg, chegava aos 85 km/h com o motor de 13 cv, que era capaz de fazer até 25 km com um litro de gasolina. Apesar de econômico, era barulhento: a descrição do barulho dele em seu interior é algo como um "moedor de cana em uma feira agitada". Mesmo assim, seria perfeito no trânsito de hoje em dia, já que carros menores otimizam o uso do espaço nas ruas.
Apesar de ser um bom carro, ele durou apenas 3 anos em produção regular: em 1959, as leis mudaram e, para conseguir subsídios, os carros deveriam ter capacidade para 4 passageiros para serem considerados veículos. Com isso, o Isetta ficou muito caro (justamente por isso, virou carro de celebridades, por ser caro e exótico), e sem alguma empresa parceira ou capacidade para a produção do Isetta em larga escala, o que diminuiria os custos e, consequentemente, seu preço, o Isetta parou de ser produzido após cerca de 3 mil unidades fabricadas. Mas isso aconteceu em 1961: entre 1956 e 1959, a produção foi "normal", e entre 1959 e 1961, outros Isettas foram fabricados com as peças remanescentes, totalizando 3 mil unidades. Enquanto o Europeu teve cerca de 162 mil unidades produzidas, exportadas para muitos países, até mesmo para o Brasil.
Mesmo com seus defeitos e curiosidades, e de não ser tão bem visto na época, tanto pela sua proposta e pelo seu preço, o Isetta foi um bom carro e tem muitos fãs até hoje. Um carro com proposta quase meio século à frente de seu tempo, mesmo sendo o primeiro no mercado. Com certeza, um Ícone Brasileiro.
Fontes:
Texto:
Quatro Rodas - Auto Esporte 1 - Auto Esporte 2
Imagens:
Beto Bertagna - Entrelinhas Esportivas - Auto Esporte 1 - Abril - Auto Esporte 2 - Auto Esporte 3
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